sexta-feira, 24 de junho de 2011


Violência nas escolas como resultado dos problemas de inadaptação social


A violência na escola

Os meios de comunicação audiovisual, não raras vezes retratam acontecimentos violentos protagonizados pelos alunos nas escolas. De facto, "inverteram-se os papéis; os métodos violentos de alguns professores eram tradicionalmente mais frequentes no mundo escolar: castigo físico, humilhações verbais…" (Fermoso: 1998:85). Actualmente, os professores não podem exercer qualquer tipo de castigo aos alunos sob pena de sofrerem sanções disciplinares, mas e os alunos? Que perfil apresentam os adolescentes que se envolvem em actos de violência nas escolas portuguesas?

Um estudo realizado em 2001 por Margarida Matos e Susana Carvalhosa baseado em inquéritos a 6903 alunos de escolas escolhidas aleatoriamente, com as idades médias de 11, 13 e 16 anos, analisaram a violência na escola entre vítimas, provocadores (incitação na forma de insulto ou gozo de um aluno mais velho e mais forte do que o outro) e outros (similarmente vítimas e provocadores) demonstram os seguintes dados bastante curiosos:


◦Mais de metade dos alunos inqueridos são do sexo feminino (53.0%);


◦25.7% dos jovens afirmaram terem estado envolvidos em comportamentos de violência, tanto como vitimas, provocadores ou duplamente envolvidos;


◦As vítimas de violência são maioritariamente masculinas (58.0%);


◦Os inqueridos que se envolveram em comportamentos de violência em todas as suas formas situavam-se nos 13 anos de idade;


◦Os jovens provocadores de violência são aqueles que têm hábitos de consumo de tabaco, álcool e mesmo de embriaguez. Também são os que experimentaram e consumiram drogas no mês anterior à realização do inquérito;


◦Quanto às lutas, nos últimos meses anteriores ao inquérito, 19.08% dos jovens envolveram-se em comportamentos violentos;


◦Os vitimados pela violência, são os que andam com armas (navalha ou pistola) com o intuito da sua própria defesa;


◦Os adolescentes que vêem televisão quatro horas ou mais por dia são os que estão mais frequentemente envolvidos em actos de violência;


◦As vítimas e os agentes de violência não gostam de ir à escola, acham aborrecido ter que a frequentar e não se sentem seguros no espaço escolar;


◦Para os actores de violência a comunicação com as figuras parentais é difícil;


◦16.05% das vítimas vive em famílias monoparentais e 10.9% dos provocadores vive com famílias reconstruídas;


◦Quanto aos professores, os alunos sujeitos e alvos de violência consideram que estes não os encorajam a expressar os seus pontos de vista, não os tratam com justiça, não os ajudam quando eles precisam e não se interessam por eles enquanto pessoas;


◦Em relação ao relacionamento entre grupo de pares, estes adolescentes referem a pouca simpatia e préstimo e não-aceitação por parte dos colegas de turma, a dificuldade em obter novas amizades, ausência quase total de amigos íntimos.

Este estudo vem reforçar a relevância dos contextos sociais dos jovens, aparecendo bem focados como factores desencadeadores de comportamentos violentos a desagregação familiar, a pouca ou inexistente atracção pela escola, o grupo de amigos aliados à posse de armas, consumo de estupefacientes, álcool e tabaco e visionamento excessivo de televisão.

Os comportamentos violentos na escola têm uma intencionalidade lesiva. Podem ser exógenos, ou seja, determinados de fora para dentro, como acontece nos bairros degradados invadidos pela miséria e pela toxicodependência, onde agentes estranhos ao meio o invadem e destroem; pode tratar-se de violência contra a escola, em que alunos problema assumem um verdadeiro desafio à ordem e à hierarquia escolares, destruindo material e impondo um clima de desrespeito permanente; ou são simplesmente comportamentos violentos na escola, que ocorrem sobretudo quando esta não organiza ambientes suficientemente tranquilos para a construção de valores característicos a este local. A violência pode ser desencadeada fruto de muitas situações de indisciplina que não foram resolvidas e que constituem a origem de um comportamento mais agressivo.

Para combater a violência, a escola tem de analisar a forma como é exercido o seu controlo, tem que se organizar pedagogicamente, para conseguir deter a violência não só interior mas também exterior.
Sónia Carla Aroso Azevedo

sonia_azevedo[arroba]sapo.pt

Universidade de Granada

Universidade Portucalense

Granada/OPorto 2004. Portugal
ENTENDA OS PRINCIPAIS ÍNDICES DE AVALIAÇÕES NA EDUCAÇÃO

Saeb. O Sistema de Avaliação da Educação Básica avalia, por amostragem, o 5º e 9º ano do ensino fundamental e o 3º ano do médio. A prova de português e matemática é aplicada a cada dois anos nos sistemas público e particular.

Prova Brasil. É complementar ao Saeb. Avalia de forma universal o aprendizado de português e matemática no ensino fundamental - 5º e 9º anos - de escolas públicas.

Ideb. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica é uma avaliação feita a cada dois anos que mede a qualidade da escola e da rede de ensino, por meio do desempenho do fluxo escolar (porcentual de aprovação) e médias de desempenho na Prova Brasil.

Saresp. O Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo é composto de prova de Matemática, Português, Ciências, Redação, Geografia e História aplicada a alunos dos 3º, 5º, 7º e 9º anos do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio. Avalia a assimilação dos alunos e a qualidade do ensino nas escolas públicas do Estado de São Paulo.

Chapa 1 vence eleições e Maria Izabel Azevedo Noronha é reeleita presidenta da APEOESP

A Chapa 1 venceu as eleições para a diretoria da APEOESP com 62,36% dos votos válidos e Maria Izabel de Azevedo Noronha, a Bebel, foi reeleita presidenta do sindicato para o triênio 20011-2014. Apesar das fortes chuvas que caíram durante todo o dia da eleição em todo o Estado de São Paulo, foram computados votos de 64.115 professores e professoras, reforçando a importância da APEOESP e de suas instâncias democraticamente constituídas.

Com 36,64% dos votos válidos a Chapa 2 também irá compor a nova diretoria da entidade. A Chapa 1 obteve 34.823 votos e a Chapa 2 um total de 21.016 votos. As chapas 3, 4 e 5, com 4,30%, 2,48% e 2,19%, respectivamente, dos votos computados, não conseguiram atingir o mínimo estatutário de 10%, e, portanto, não irão indicar nomes para compor a nova direção.

A posse da nova diretoria da APEOESP será realizada, em São Paulo, no dia 2 de julho.
V Colóquio Internacional de Políticas e Práticas Curriculares




Que será realizado de 08 a 11 de Novembro de 2011, promoção do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba- Brasil.



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